segunda-feira, 24 de junho de 2019

minhas poesias


BIOGRAFIA: Maria Aurea dos Santos do Espírito Santo, nascida em 23/09/1971 em Igarapé-Miri, município do Pará. Filha de Orivaldo Gonçalves do Espírito Santo e Inês dos Santos do Espírito Santo. É concursada no Governo Estadual no Amapá, cursou Magistério com Licenciatura em Pedagogia na UNIFAP/AP. Especialista em Gestão do Trabalho Pedagógica: Orientação e Supervisão pela Faculdade Atual no Amapá e Educação de Jovens e adulto pelo Instituto IFAP/AP, Mestra em Ciências da Educação no Paraguai pela Faculdade UNINTER. Atua como professora do Ensino Fundamental I na Escola Estadual Brasil Novo, de cor negra, defende causas relacionadas à relação étnico racial, na inclusão, na diversidade, no combate ao racismo, discriminação e preconceito. Bem como questões sobre o Meio Ambiente. Contato: (96) 991743388 (Wat), e-mail: aurea.santos10@gmail.com, página no facebook: Educar a ação e meu blog: http://educaaao.blogspot.com.br/.

Autora : Maria Aurea Santos
Comunidade Quilombola Torrão do Matapí

Torrão do Matapí
Iniciou com um cafezal
O Sr. José Arthur Torrinha
Era dono daquele local.

Situada na BR156
Na Rodovia Macapá Jarí
Em cima de um grande Monte
Formou-se a Comunidade do Matapí.

Seu Pedro Mendes e D. Cândida
Negros, escravos de Mazagão.
Vieram com toda a família.
Morar naquele Torrão.

Como caseiro no cafezal.
Trouxe o sustento ao seu lar.
Seus filhos, cresceram e se casaram.
Formando uma comunidade familiar.


Com o sumiço do Sr. Torrinha.
E de Pedro Mendes, a eternidade.
Seu Benedito, o Bilozão.
Registrou em seu nome, a propriedade.

Distribuindo a cada irmão
Um pedaço daquele chão.
Surgiram mais duas vilas
Trazendo grande transformação.

São Benedito é o padroeiro,
Daquela localidade, o principal.
Mas ainda tem a Sra. de Assunção,
E  São Tiago do Torrão.

Ali, o folclore é marcado,
Pela cobra grande que apareceu.
Assustando toda a população,
No Porto do seu Bilozão.


É uma história Verídica.
Que resultou em composição.
Cantada e tocada por Ronaldo Silva.
Com muita inspiração.


Comunidade Quilombola do Curralinho

“É ali, lá no curralzinho”
Era assim que todos diziam.
E por causa dessa expressão,
Todos,  esse lugar, conheciam.

É um cantinho sossegado,
Gente chegando bem de mansinho.
Da  Ilha Redonda e do Criaú.
Formando o Curralinho.

No início, só tinha um capoal,
Pois era um pequeno curral.
Que bicho nenhum cercava,
Mas deu nome ao local.

Curralinho é uma comunidade nova
Que tem apenas 90 anos.
Com muita história e tradição,
Quem deu nome, foi seu Mariano.

Na BR210 fica situada,
À 11 km de Macapá.
Depois do Posto Policial,
Dobrando à direita, num ramal.

Os comunitários vivem de roça,
De horta e criação do quintal.
Pra alimentar a famílias,
Ou vender nas feiras da Capital.

Os Programas Federais,
Ajudam também esse povo.
Que faz voto profundo,
Na festa de São Raimundo.

No culto ao Glorioso Raimundo,
Que é santo de devoção.
Quando começa a festança,
Vem gente de toda  a direção.

Do curralzinho à Curralinho,
Tornou-se uma grande comunidade.
Que evolui culturalmente,
Com seus afros remanescentes.

Autora : Maria Aurea Santos

Comunidade Quilombola Maruanum.
O Distrito do Maruanum,
Localizado ao sudeste do Amapá.
É uma comunidade quilombola,
À 80 Km de Macapá.

Originou-se de uma tribo indígena,
Que  habitava na região.
Marú e Anum foi o último casal,
Que restara naquele local.

Alguns escravos fugitivos,
Chegaram com potencial.
Tornando-se, novos moradores,
Mudando o Contexto cultural.

A maioria da comunidade,
São remanescentes de africanos.
Que fugiram da escravidão.
No período da Colonização.





Bem recebidos, pelo casal de índios,
Os quais quiseram agradecer.
Juntando as palavras: Marú e Anum,
O nome da comunidade veio aparecer.

Maruanum, lugar de ecoturismo,
Com fauna e flora, presença natural.
Com campos e várzeas, beleza exuberante!
Destacando seu poder artesanal.

Técnicas de negros e índios.
Senhoras artesãs abraçam o legado.
A Associação de louceiras,
Praticando a arte com barro molhado.

É uma comunidade estrutural,
Valoriza o ecológico e o cultural.
Um pedaço da África em plena Amazônia,
Que dança Marabaixo e faz suas cerimônias
Autora : Maria Aurea Santos


Comunidade Quilombola do Criaú
Das palavras cria de criar e mú de gado
Formou-se a palavra Criamú
Que com o passar do tempo
Evoluiu para Curiaú

Cria-ú de fora, Cria-ú de dentro
Cria-ú debaixo, Cria-ú de cima
È uma linda vila
Você nem imagina!

Localizada na AP70
A 12Km de Macapá.
De fauna e flora diversificada
Lugar bom pra se banhar.

Tempos atrás era apenas um lugar
Onde negros escravizados vieram morar.    
Refugiados sim, mas para garantir.
A liberdade que temos aqui.

Hoje considerada como APA
Área de Preservação Ambiental.
Para que a população e seus recursos
Mantenham sua beleza natural.

É uma Comunidade Quilombola,
Peixes! Garças! São a graça do lugar.
Marabaixo e batuque
No terreiro da tia Chiquinha.
A cultura negra está presente
Na história do Amapá

Salve a  Santa Maria
Salve São Joaquim
E salve o santo Antônio,
Que são padroeiros daqui
Pois no toque do tambor,
Minha vida é um esplendor!

Quilombo é habitação.
Quilombo é evolução.
Tem escritores, jornalistas,
Tem poetas e muitos artistas
Quilombo é o meu chão,
E amo de coração.

Autora Maria Aurea dos Santos


 Manifestações afro brasileiras

Nesta terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá.
Trouxeram negros de tão longe
Pra nesse País escravizar.
            Ao chegarem no Brasil
            Terras de encantos mil.
            Desenvolveram formas de proteção
            Contra violência e repressão.
                        Os senhores dos engenhos, os via como banal.
                        O capitão do mato, só dava golpe fatal.
                        Então, a capoeira, era arte marcial.
                        Instrumento de resistência física e cultural.
                                   Com o passar do tempo,
                                Muitas danças vieram se manifestar:
                                   Olodum, hip-hop, axé, carvalhada.
                                   Fank, fandango, maracatu e raggar,
                                   Rap, reggae,  timbalada...
                                               A história atual
                                               Apresenta com honra varonil
                                               Vultos negros que contribuíram
                                               Na construção do Brasil.
                                   Acredito ser fundamental.
                                   O reconhecimento afro brasileiro.
                                   É um marco referencial,
                                   Que legitima e garante, minha identidade cultural.
                                               Nada de discriminação e preconceito
                                               Praticas pejorativa.
                                               No toque do tambor,
                                               Fora essa visão racista.
                                   De escravo à cidadãos
                                   Surgem heróis de coração.
                                   Zumbi, rei palmarino.
                                   Chico Rei o libertador.
                                   Aleijadinho, o entalhador( escultur)
                        Cruz e Souza, o abolicionista.
                        Machado de Assis, o romancista.
                        Pelé, o rei jogador.
                        Pixinguinha, tocador.
                        Grande Otelo, o ator.
            Valeu tia Venina! E mestre Pavão!
            Entes queridos do nosso Torrão.
            E se tiver mais que falar...
            São tantos nomes a recordar.
            A valorização afro- brasileira, deve continuar
E a Lei 10.639 veio isso fortificar.
Enquanto isso em Macapaba,
Como mãe Luzia vou partejar.
As garrafadas do Sacacá vou tomar.
E como mestre Julião, vamos todos marabaixar.

Vista a minha pele

De uma terra muito distante
Vieram os negros para o Brasil.
Deixando famílias, riquezas e amigos
Pra construir um novo País.

Destruíram seus mocambos
Negro morreu de banzo
Despojaram seus ideais,
Abafaram sua cultura demais.

Aqui neste País
Terra de encantos mil.
A luta de Zumbi
Valeu pra mim e pra ti.

Mas o rufá dos tambores,
E a sinfonia do birimbau
Tornou meu quilombo  ideal.

E com a Lei 10.639
Minha escola ficou forte
Do currículo escolar
Vou então participar.
Hoje tenho felicidade
Em poder declarar minha identidade

Sou Negra!
Sou negro!
Vista a minha pele!
Vista a minha pele e venha comigo sambar.
Vista a minha pele e capoeira vamos gingar.
Vista minha pele e vamos todos marabaixar.

Autora Maria Aurea dos Santos
Em 05/11/12


Diga não a discriminação

Estou aqui de boa e venho pra te dizer
Que a discriminação não tem que acontecer...
Índio, brancos e negros, são irmãos pra valer
O não a discriminação, só depende de você.

Devemos respeitar a todos, para então ser respeitado.
A escola nos ensina, sermos alunos educados.
Minha força é de ferro, minha pele é de cor.
Minha alma é de valor, minha fala é puro amor.
Sou uma negra destemida  , prego paz e harmonia.
Diga não a discriminação, esse é meu lema, todo dia.

Preconceito é burrice, discriminação é tolice.
E o racismo o quê que é? É falta de consideração.
Com qualquer nação.
Nada de preconceito! Tenha todo respeito!

A Lei Aurea fez sua parte
Zumbi foi um grande Marte.
Pra quê Bullying meu irmão!
Somos todos cidadãos.
Toque em minha mão e me dê um abraço.
Vamos fazer uso deste pequeno espaço.

Respeite meu Black Power, respeite o meu falar.
Respeite a minha cor e amigos, vás encontrar.
Somos todos iguais, com diferentes ideais.
Somos só uma nação. Diga não a discriminação!
Criado em: 18/11/2016 por Maria Aurea dos Santos.




Paródia – Preconceitos e descasos
Preconceitos e descasos
Provocam maus pensamentos
Nos domínios desta terra,
Negro cai no esquecimento.
            Pois é, pois é
            Negro também tem amor.
            Quem conhece esse povo
            Reconhece seu valor
            Pois é, pois é
            Negro também é nação.
            Somos todos mestiços,
            Mestiços de coração.

Me responda meu amigo
Me esclareça meu irmão.
Se na sua comunidade
Ainda tem discriminação?

Para ser igual aos outros,
O negro tem possibilidade.
Só depende de você,
Garantir-lhe oportunidade.


Súplica
Mexe, mexe comigo
Futuca o sentido,
Sacode o Juizo,
Pra vida ser vivida.

Veio de mansinho
Passinhos de lã.
Cheio de maldades
Sem ideias sãns.

Preciso acordar,
E quero levantar.
As forças são poucas
Vem esse mal sanar.

Remédio de um é outro
Diz o dito popular.
Sofrer nunca mais,
Levantar a cabeça é crucial

E digo: - Mexe comigo.
Toca – me neste instante.
Vou permitir.
Antes de sucumbir.

A vida, são momentos bons e maus.
- Meu Deus me livra!
Desse cárcere mortal!
Pra ti o pecado é banal.
Em 28/01/17 às 17:00h
Autora: Maria Aurea Santos.


Folguedo junino
Em 1500, na Colonização do Brasil
Os europeus  trouxeram para o nosso País.
A festa junina, felicidade quimera,
Homenagem às  boas colheitas da terra.
Em 24 de Junho, dia de São João,
Na Europa era comemorado o solstício do Verão.
Ao chegar ao Brasil, terra de encantos mil.
Ficou tradicional, manifestação cultural.
Europeus, índios e negros, meu irmão!
Arrastam o pé no salão.
É festança arretada!
Pular fogueira e soltar balão!
Tem pamonha, canjica, cuscuz e quentão;
Pé de moleque, milho verde e cocada da região.
Tem arraiar, barraquinhas, jogo de adivinhação;
Casamento na roça, quadrilha pra alegrar a população.
Festa na roça comadre
Do jeitinho caipira
Festividade do Sertão
Que todo povo admira.
E você que está tristinho
Vem de lá que eu vou de cá
Nessa festança  tão boa!
Eu quero mesmo é dançar.
Autora: Maria Aurea Santos
Macapaba, Macapá
Marajoara amparada, cabocla alta.
Meiga e serena, pequena morena.
Põe – me em chamas!
Em teu seio, me deito.
Com meus braços, te amasso.
Em tuas ramas, me derramas.
Ora pó, ora aço.
Uma inter-relação.
Sólida na gratidão.
Macapaba, Macapá.
Com força do quebra-mar.
Nos cantos vive a dançar.
Parabéns para você.
Muito bom te conhecer.
Autora: Maria Aurea  Santos.(04/02/17)


Igualdade Racial
É tempo de amor,
Abraços de amigos.
Certeza do dia,
Cantando e sorrindo,
Alegria explodindo.

Eu e você, você e eu.
Igualdade racial.
Maneira de ver o outro,
De forma especial.

A começar por mim.
Vou me ver, me sentir
E entender,
Como é bom ter você.

Meu ir e vir, teu vir e ir,
Tem toque e valor.
Respeito à diferença é igual,
Igualdade racial.
Obs: Autoria de Maria Aurea dos Santos ( 13/02/17 – 16:00h)

OBS:Ao dia Internacional da Mulher

MULHER

O que vemos?
Ferro, pedra, algodão.
No subsolo,  na terra, no ar...
Mulher é ação.
Pura fascinação.

Rígida como ferro.
Consistente como pedra
Leve como algodão.
Contradição?
Não! Mulher não!
Pura convicção.

Persistência ferrenha
Pedraria rara
Algodão doce?
Mulher mil.
Versátil.

Fascinação..,
Convicção...
A alma da mulher,
Não é coisa qualquer.
É diversidade.
É criatividade.

Autora: Maria Aurea em 18/02/17

Mulheres empoderadas
Todas sorridentes, nitidez presente.
Como beija-flor, soltam o seu voou.
Hoje um belo dia! Dia de alegria.
Mestiças de amor, que revelam seu esplendor.

Rodeadas por joias raras.
Mulheres  empoderadas.
Me encantam e me seduz
Como raios de luz.

Vó, mãe e irmãs.
Tias, primas e amigas.
Te amo!
Je t’aime!
I love you!

Deus dos céus as abençoe.
E lhes deem profundo amor.
Mulher, parabéns para você.
Que tanto faz pra merecer.
Autora Maria Aurea dos Santos (08/03/17)

Socialização
Sonho que sonhamos só
Nem sempre é sonho feliz.
Mas sonho que sonhamos juntos,
É sonho de aprendiz.
Porque juntos pensamos,
Juntos idealizamos,
Juntos produzimos,
E juntos comemoramos.
Amigos dá escola.
Amigos de toda hora.
Viva a educação!
Formada por mutirão.
Comunga o coletivo, num só objetivo,
E a educação de qualidade,
para todas as idades,
Torna-se realidade.
Mas é preciso romper com os grilhões
Da injustiça, descaso e ambições.
E formarmos um grande cordão
Da paz, amor e união.
Se quisermos ver nossos filhos crescer e vencer.
É preciso ajudar a educação com muito prazer.

Autora:Maria Aurea Santos (08/09/12)







Canoeiro
Canoeiro vai canoar.
Em pé na montaria.
Joga a vara, puxa(apoia) a vara.
Empurra a canoa
Entre juncos e mururés.
Toca a boiada.

Canoeiro, vai canoar.
A banhista que  o avista,
Registra sua manha.
Entre garças, ariranhas
E o voou da piaçoca.

O boi boiado obedece
E o canoeiro agradece.
Essa cena  é comum,
Nos campos do Criaú.
Autora: Maria Aurea dos Santos.
Criado em 30/04/2017.
1 de Maio

Primeiro de maio
Dia do trabalho
Parabéns aos amigos
E a todos  os operários.
Faça chuva, faça sol.
Buscam futuro melhor.

Mais de que feriado,
É chamar o povo pra reflexão.
Contra as PECs da imposição.
Sobre Direitos adquiridos
E o papel do Cidadão.
Trabalho não é escravidão.

“O poder emana do povo”
Transformador  social.
No protesto e manifestação,
Vemos feridos e morte fatal.
É assim que o patrão,
Recusa a reivindicação.

Mas não sejamos tolos.
Lutar é dever de todos.
Com amor, forme-se o mutirão.
Na esperança, que dias melhores virão.

Em 01/0/17 às 8:00h
Autora: Maria Aurea Santos.


Mãe Maravilha – Coisas de mãe
Venho aqui para falar
De todas as mães maravilhas
Elas merecem esse dia..
Pois são melhores companhias.

Quando acordo de manhã,
Ouço logo mamãe dizer:
_Levante, escove os dentes,
Se não  tu vás já ver.
            E naõ esqueça de deixar,
            A cama arrumadinha.
            Você já é bem grandinha,
            Comigo tem que andar na linha.
E depois que tomar café,
Lave e enxugue  a louça meu amor.
Cuidado pra não quebrar,
A porcelana por favor.
            Que porcelana nada...
            É puro cristal  da Cica.
            Mamãe pensa que me engana.
            Ela não tem tanta grana.
Quando peço-lhe um tostão,
Mamãe diz não tenho não.
Peça para seu pai ou avô,
E quem disse que lá eu vou...
Hora de se arrumar pra ir pra escola.
Vá depressa criatura!
E se não chegar no horário
Vás levar uma grande surra.
E no caminho pra escola,
Não dê confiança a estranho.
Hoje em dia os inimigos,
É de qualquer aparência e tamanho.
Não fico com zanga não.
Ela sempre está com razão.
Não quero vê-la irritada,
E assim me livro da vassourada.
E quando vou bem ali.
Ela diz vou cuspir aqui.
Vai num pé e vem no outro,
Se secar e você não chegar,
Já sabe que vás apanhar.
            Essas coisas de mãe
            É só pra nos proteger.
            Pois realiza a missão,
            Que só  ela poderia fazer.
Mas gostoso é ver mamãe
Orando sem cessar.
Pedindo proteção de Deus,
Pra ajudar a me criar.
Bom demais também ouvir,
Aventuras e assombrações.
Com os contos - da - carochinha.
Criança dorme como rei e rainha.
Toda   mãe é mesmo assim.
O que seria de nossas  vidas.
Sem esse presente dos céus.
Doce como o mel.
Mamãe brava, mamãe sorridente,
Chorando ou toda contente.
Ela é a rainha do nosso lar.
Por ela a Deus devemos rogar.
E vou te dizer
Papel de mãe, ninguém entende.
Como ela consegue cuidar
Ao mesmo tempo de tanta gente.
Além dos filhos, tem os amigos,
O esposo e os parentes.
Toda mãe é versátil.
Cuida-se bem.
E por isso merece,
Abraços e parabéns.
Pois nesse dia tão especial,
Quero a todos homenagear.
E dizer com devoção
Mamãe, te amo de coração.

Em 09/05/17 às 16:00h
Autora: Maria Aurea Santo


Matriz e prole
Dedicada, serena,
Rosa morena.
No jardim de felicidade,
Regada pela idade.
Que o tempo conduz,
Mostrando o brilho,
Que em ti reluz.

Minha matriz,
Sou prole feliz.
Recebestes esta missão,
De conduzir minha criação.
Obrigada por seu amor,
Que inspirada pelo Senhor,
Nem um só instante descuidou.

Mãe é pra toda vida.
Sorrindo, chorando,
Curando as feridas.
Mãe é pra toda hora,
Aconselha, ora,
Buscando vitória.

Hoje como mãe,
Sinto de perto,
O jeito certo.
O tom e o laço,
Sem sair do compasso.
Agora vim entender,
Quão cuidado teve você!

Em 13/05/17 às 10:00h
Autora: Maria Aurea Santos.

Parabéns meu pai

O indicador deslizante
No dorso do meu amor.
Juntando gotículas de suor
Do incansável labor.

Costume desde a infância
Que me veio à lembrança.
Meu pai ao chegar do trabalho
Sempre recebia um agrado.

Dia após dia
Vivia a martelar.
Garantindo a arte naval
E o sustento do lar.

Para os íntimos  Gomério,
Cariperana, Caripé.
Para a família, PAI
Um homem sempre de fé.

Com olhar desconfiado
Ou sorriso esparramado.
Autêntico com as palavras,
Impondo o seu legado.

Parabéns meu pai
Muitos anos de vida.
Deus lhe derrame dos céus,
Bênçãos sem medidas.

Por esposa e filhos, netos e bisneta,
Por parentes e amigos.
Sinta-se abraçado,
Meu herói favorito.

Exemplo de virtude
Que amamos demais.
Saúde e vida longa,
Neste dia à todos os pais.

Obrigada meu Senhor,
Pela inspiração sem fim.
O valor de um genitor,
É uma benção para mim.

Em:13/08/17 às 6:00h
Autora: Maria Aurea Santo



Poesia Salusseana

Nascido em ‘Bom Jardim, rejeição não atraiu miséria.
Destino afortunado e um soneto eternizado.
Como promotor, desenvolveu atitudes públicas
Chegando advogar ação, após sua formação.
Mas em que se destacou, foi na arte que poetizou.
Cantando o sentimento que a vida enfatizou.
Num simpático chalet, onde tudo acontece.
Embala seu pensamento, em fato que enlouquece.
Uma moça formosa, lhe vem na lembrança.
Sob chuva ininterrupta, a composição e a esperança.
Inspiração que encanta,
Um amor que emana.
De bailes no cassino.
De danças com damas finas.
Surge o lago do amor parnaso.
Valorizando a forma e a perfeição.
Cisnes, maior composição Salusseana,
De um galã e uma bela dama.

Ressalta aves graciosas com imponente aparência.
Pescoço longo, bela plumagem.
Romance que reflete imagem.
Serve de inspiração a toda geração.
Que busca na literatura, a arte em formosura.
Júlio Mario Salusse, poeta e promotor.
Friburguense legado, que ficou registrado.
Na cidade Maravilhosa, que proporciona inspiração.
Um romance que enaltece peripécias do coração.
Em 22/08/17 às 22:00h
Autora: Maria Aurea Santos.


Diversão, cultura e conhecimento

Diversão, cultura e conhecimento,
Juntos, forma  um bom alimento.
Iguarias excelentes,
Para tratar mentes inconsequentes.

Mentes que mergulhadas estão,
Num oceano de corrupção.
Ou mentes alienadas, meu irmão,
No mar da marginalização.

Cego é quem não quer ver,
O que lá fora está acontecendo.
A batalha do bem e do mal,
Entre as classes, se fortalecendo.

Prega o desrespeito imoral
O assédio sobre os direitos é mortal.
Escrúpulo, covardia, Pecs do não,
Que perseguem a vida do pop cidadão.


A intolerância impera.
Na religião, no gênero, na cor...
Quisera que todos plantem tâmaras.
É a lição mais certa de cultivar o amor

Na vida,  o plantar e o colher
Diversão , cultura e conhecimento,
São melhores alimentos.

A diversão construtiva,
Reflete no dia-a-dia.
É prática da vida
É um mousse de alegria.

A cultura é diversidade,
Diferentes costumes de uma sociedade.
O berço das tradições,
Que emana das civilizações.

O conhecimento é o chão,
Saber trilhar é a questão.
Depende da intrepidez,
Que apresentar o freguês.

Por tanto, diversão, cultura e conhecimento.
É tudo o que está acontecendo
Aqui nesse momento.
Em 25/08/17 às 10:00h
Autora: Maria Aurea Santos.


Minha Igarapé- Miri


Minha Igarapé-Miri
Terra do açaí.
De bacaba, miriti
E  pato no tucupi.

Antes fábrica e deposito
De madeira nacional.
Extração e exportação
Pra Belém a capital.

À margem de um rio homônimo
Minha cidade floresce.
Caminho de canoa pequena
Do Tupi veio o verbete.

Lugar bom de morar!
A riqueza de seus habitantes.
Foi aumentando aos poucos
Com as levas de imigrantes.

Torrão de origem indígena
Lugar de boa paisagem
Cidade acolhedora
Dos moradores e de quem está de passagem.

E assim surgiu
Nosso patrimônio cultural.
Com agricultores e comerciantes
E determinação total.

Açúcar, aguardente e algodão
Foram propulsores de grande produção
A plantação canavial
Fortaleceu o comércio local.
Bela cidade Miriense
Com cultura e tradição.
Manifestação que povoa
No imaginário da população.

Festival do Camarão
Festival do Açaí
Festa de Sant’Ana
São festas do meu Miri.

Em 23 de maio
É impossível esquecer.
Meu reduto, minha origem
E por isso venho enaltecer.

Hoje dividida em Anapú e Espera
Itaubal e Canal
Maiauatá e Meruú-Açú
Panacauera, Pindobal...


Que Deus derrame suas bênçãos
Alegre os corações.
E dê grande desenvolvimento
Às futuras gerações.

Parabéns Igarapé-Miri!
Terra Áurea para mim.
Deveras tenho a sentir
Mas, jamais me esquecerei de ti!

Em 23/05/18 às 7:00h
Autora: Maria Aurea Santos.




Amazônia de pé

Úmida floresta da América do Sul.
Refletes em tuas águas, o imponente céu azul.
Influencias o equilíbrio ambiental.
Ao planeta tens papel principal.
“SOS Amazônia”, grita quem sabe amar.
Quem em seus rios se banha e nas matas a fome vem saciar.
Verdejante, majestosa, obra prima imperiosa.
No rebojo das falácias, minhas lágrimas copiosas
Molhando o rosto que estremece, da brutalidade asquerosa.
Líderes sem escrúpulos, não veem o absurdo.
Que podem causar dores, a ti floresta e aos moradores
Visam ser a razão, derrubar-te em teu próprio chão.
Acordos milionários, ferem direitos minerários.
Ao extrair do teu interior recurso de mui valor.
Oh  esfera monumental! De fauna e flora excepcional.
O povo da floresta não abre a guarda.
Indígena, quilombola, ribeirinho e muito mais.
A Renca é um alento pra esta esbelta nação.
É ordem e progresso? Ou desordem e extinção?
Recua o inimigo movido pela pressão.
Manter a vigília, já!, suspender não é revogar.
Vai que o inimigo resolva, com a caneta rabiscar.
Comprometendo  o destino de todos os amazônidas.
Por ti, todos juntos, num grito de fé:
 “Queremos a Amazônia de pé”
           
Em 02/09/17 às 15:00h
Autora: Maria Aurea Santos.

NEGRO FALADOR

Negro, negro falador
Fala pra mim de sua dor
Diz que és um povo presente
Porém como gente quer plantar amor.

Negro, negro falador
Fala aos descrentes
Que apenas és diferente
Porém como gente quer viver contente

Negro, negro falador
Fala pra mim de sua dor
Ecoa o teu tambor
Dissemina teor, mostra o teu valor
Quer criar, quer sambar
Se formar e exercer
Seus méritos com prazer
Ensinar os delinquentes
Se veem competentes
E lhes falar que a vida é linda
Quando vivida e não sofrida
Oh negro falador fala e não cala.


Autora: Maria Aurea dos Santos (06/09/13)
MEU LAR
Meu lar indígena!
Meu lar afro!
Meu lar! Meu lar!

Terra de muitas palmeiras,
A açucena da Amazônia.
De montanhas e cachoeiras,
Assim é meu Amapá.

Muitas vidas nos lagos e matas,
A diversidade reina nesse lugar.
A cultura sem par retrata,
Usos e costumes do além mar.

Capital desse rincão,
É o berço, casa  e chão.
Aconchego de um lar.
Assim é Macapá.

Autora: Maria Aurea dos Santos (06/09/15)
Educação Ambiental

Educação ambiental, é um caso a se pensar.
Não é só construir hortas no espaço escolar.
Vai muito mais além, é a política do bem.

Perpassa pelos saberes, utilizar e conservar.
Se você só consome, se preocupe em preservar.
A natureza é um todo que alimenta o povo.

O uso racional do recurso natural.
È ideia sustentável, pra preservação integral.

A educação ambiental educa mentes.
O cuidado é fatal.
É a natureza quem sente.
Precisa-se de pessoas com práticas conscientes

Ninguém é avisado
Ninguém é interrogado
E na calada da noite a morte é decretada.
A República ruralista
É quem sofre as consequências
De mentores sem decência.

Por isso cuide do chão, da água, do ar.
Da flora, da fauna, do mar.
Educação ambiental é nosso dever,
Para a vida florescer.

Composição: Maria Aurea dos Santos
Em: 01/06/19 as 7h.

Agradecer
Hoje, quero te agradecer.
Por tudo que tens a me conceder.
A vida foi a primeira dádiva.
Que destes a mim, por toda essa idade.
Pois tu Senhor, és meu bem maior.
A ti ofereço o meu melhor.
Minha raiz, meu chão, meu legado, meu nicho.
É meu rubi, minha prole que cuido com capricho.
A identidade é fundamental.
Para a vida secular.
Ergo minha voz pra te agradar.
Por mais um ano, que estou a completar.

Aos meus pais que me deram instrução.
À parentela, muito dedicação.
Aos meus filhos que sempre me apoiaram.
E aos amigos, que nunca se afastaram.
Peço-te a eles, muita proteção.
Ricas bênçãos e compreensão.

Que a simplicidade faça parte de mim.
E a paz de espírito que flui de ti.
Sejam escudos a todos os ais.
Pra combater, lutas espirituais.
A vida terrena é passageira.
Dê-me sabedoria pra transpor as barreiras.

Toda honra e toda gloria, sempre te ofertar.
E ao teu nome, sempre exaltar.
Obrigada por me permitir.
Colher mais uma flor nesse lindo jardim.
Quero dizer-lhe com devoção.
Obrigada Senhor de coração!
Em 23/09/17 às 6:00h
Autora: Maria Aurea Santos.



Consciência da Mulher Negra

Fui classificada ao máximo na cor, na aparência, na estatura.
Na fala, no beiço, nariz e cabelo, a custa de pau, pão e pano.
A Diáspora traçou meu destino, Mama África ficou para traz.
A dor que imperava no “Tombadilho”, era que liberdade, eu não tinha mais.

Ao avistar a terra do novo mundo, apesar da beleza natural.
Foi me imposto, costumes e um nome, me distanciando de meus ancestrais.
Mas não puderam calar minha voz, meu tambor, meu afoxé, meu berimbau...
Meu jeito, meu credo, minha dança, incomodava destemidas rivais.

Muitas lutas eu resisti, no quilombo me refugiei.
Pus em prática o que de raiz aprendi, pois esse chão era minha nova grei.
Regado com sangue fraternal, liberdade no papel alcancei.
Pura demagogia racial não foi inclusa no social.

Mesmo sendo parte do global, pelas conquistas de direitos, lutei.
Mas a nomenclatura magistral me resumia apenas aos três ps.
Difícil ser negra ou mulata, em plena política do branqueamento.
Ainda bem que “Casa Grande & Senzala”, reinterpretou-me triunfantemente.

Hoje com as conquistas vindouras, tenho meu livre arbítrio.
De mostrar , o que sou e o que faço, afirmo-me do pó ao aço.
A minha identidade, reflete pura beleza.
Que rufem os tambores, pois quero dizer:
“ Viva a Consciência da Mulher Negra”!

Em 10/11/17 às 22:00h
Autora: Maria Aurea Santos.





Amizade Sincera

Amizade sincera, é como:
A sonoridade de uma letra.
A letra de uma sílaba.
A sílaba de uma palavra.
A palavra de uma frase.
A frase de um paragrafo.
O paragrafo de um texto.
O texto de um contexto.
Amizade sincera,
Reflete na alma.
Serena, quimera,
Onde o tempo impera.
Tempestade, conflito,
Ou pura calmaria.
Não existem barreiras,
Pra amizade verdadeira.


Em 10/11/17 às 9:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    
QUILOMBO

Lugar arejado, núcleo de resistência.
Quilombo, mocambo ou terra de negros, fortificação.
Lugar arejado de meus antepassados.
Que hoje evolui com a cultura de um povo miscigenação.

Quilombo é habitação, quilombo é evolução.
Tem escritores, jornalistas, tem poetas e muitos artistas.
Quilombo é meu próprio chão, que amo de coração.
É um espaço natural que cultiva o cultural.

Quilombo é criatividade, quilombo é irmandade.
Tem um jeito diferente dos que vivem na cidade.
Quilombo vive a bailar nas cantorias que tem por lá.
Quilombo é assim é pra viver e ser feliz.

Quilombo é garra, é raça, quilombo é a nossa casa.
Trabalha com a natureza e faz dela fortaleza.
Quilombo é um pedaço da África em plena Amazônia.
Que dança Marabaixo e faz suas cerimonias.

Quilombo não é só tranquilidade, é luta pela equidade.
Hoje faz sua resistência com arte e ciência.
Quilombo é manifestação pela posse e preservação.
Quilombo é um aglomerado, é um abrigo considerado.
Em 18/11/17 às 9:00h
Autora: Maria Aurea Santos.

MUNICÍPIO DE ITAUBAL DO PIRIRIM

É com muito prazer
E grande satisfação.
Que estou a homenagear,
As terras deste Torrão.

E desta vez vou mencionar,
O município de Itaubal.
Que cresce culturalmente,
Com grande potencial.

Um recanto no Sudeste do Amapá,
Que a todos contagia.
Pois, sua beleza natural,
É de esplêndida magia.

Seu topônimo vem da itaúba,
Madeira de lei comercial.
Na flora nativa era abundante,
Pois deu nome ao local.

Cortado por rios e lagos,
Exibe sua diversidade.
Como parte da Amazônia,
É uma exuberante localidade.

Famílias, vindo do Bailique,
Em busca de terra pra morar.
Pra trabalhar com lavoura,
Queriam uma terra boa.

Com o passar do tempo
Chegaram levas de imigrantes.
E o pequeno povoado,
Tornou-se um vilarejo deslumbrante.
Mais tarde, de Distrito à Município,
O povo logo preferiu.
Itaubal do Piririm,
Fica a margem direita do rio.

Lugar que planta e dá,
Se tiver a manha de cultivar.
Com a enamorança da lida,
Quem planta amor, colhe guarida.

Tem como padroeiro, São Benedito.
Respeitado, aclamado e mui querido.
Prestigiado com devoção pelos itaubalenses,
Aumentando a fé de amigos e parentes.

Na segunda quinzena de dezembro.
É o festejo do Santo Protetor.
Vem gente de toda a direção,
Prestar-lhe grande veneração.

A reverência resulta,
Em bastante fé e folia.
A cidade resplandece,
Com múltiplas regalias.

Tens evento marajoara,
Oh! Piririm do Amapá.
Grande espontaneidade!
Como criança, vives a bailar.

Ergue forte teu Brasão!
Hasteia tua bandeira!
Ao som de bela canção,
És da nação brasileira!


Com identidade própria,
Liberdade e soberania.
Tens honra e dignidade,
Contra toda tirania.

Gente linda, gente amiga.
Encanta quem vem visitar.
Fauna e flora numerosa,
Deleite do Amapá.

Pra valorizar esse chão,
E as pessoas da região.
Esse show de talento,
É um grande advento.



Em 06/12/17 às 20:00h
Autora: Maria Aurea


A saga dos negros

Negros dançavam, cantavam e tocavam,
Na África, sua terra natal.
Sempre alegres pelas fartas colheitas,
Fertilidade, motivo dos festivais.
Mas sem esperar, sem direito a questionar,
Foram atacados e capturados.
E para toda parte do mundo,
Remanejados.
Nos navios negreiros,
Açoites, gritos e mortes.
Legiões de homens e mulheres,
Jogados a própria sorte.
O estalar dos chicotes,
Chibatadas hipócritas.
Pura demagogia...
De dor negro estremecia.
Roubaram-lhe a alma,
Direito de conviver em clã.
O banzo era o placar mortal.
Oh! Saudade da terra natal.
Ao chegarem no Brasil,
Chicote no dorso da negrada.
O capitão não perdoava,
E o sinhozinho era quem ordenava.
Tempos difíceis,
Pra quem vivia acorrentado.
Quando possível,
Pro Quilombo... Refugiado.
A Lei Aurea no papel,
Foi um grande libertário.
Uma ponta do Ice Berg,
Pra formar novos ideários.
Daqui pra frente, a resistência,
Casou-se com a arte e ciência.
E negros revolucionários,
Constituíram novos cenários.
Na política, arte, religião...
Economia, saúde e educação.
Em todos os aspectos sociais,
A manifestação afro, é tenaz.
A negação étnico racial,
Cotidianamente.
Abstraindo o multiculturalismo,
Explicito a toda a gente.
Mas a voz que não quer calar.
Enamorou-se de determinação.
Pois negro precisa lutar,
Pela fala, visibilidade e participação.
Então, seu legado espalhou,
Em todo lugar que passou.
Pois muito contribuiu,
Para construção do Brasil.
Em 10/12/17 às 17:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos
 MACAPÁ

Macapá, terra boa de morar.
Bonita mata! lindo céu!.
Há beleza no Rio-Mar!
Pedra do Guindaste, aves a voar.
Saúda quem está a chegar.

Sentinela Altaneira.
Com o nome de palmeira.
Recanto sagrado e amado,
És riqueza brasileira.

Com olhar de vencedores,
E amor no coração.
Ao som de flauta ou tambor,
Cantamos a sua canção.

Bacaba, Macapá.
Origens Tupis,
Raízes quilombolas.
Vislumbra a glória,
Ao anoitecer, desde a aurora.

É grande a diversidade
Da iguaria regional.
Exaltam a fauna e a flora,
Nativas neste local.
Deleite é a Linha do Equador.
A Fortaleza é um primor.
O Rio Amazonas é viril.
Encantos da terra varonil.

Capital no Meio do Mundo.
Macapaba, Tucujulandia,
Metropolitana, Morena açucena,
Joia da Amazônia.

Tens Aurea Auriflama,
Que enaltece a quem povoa.
Que aguerridos e militantes,
Seguem firmes e triunfantes.

Em plena época de desmonte,
Marea na resistência.
Combatendo a diplomacia,
Com arte, garra e ciência.

Com seu artesanal
Embala os festivais.
É forte o manancial
Das manifestações culturais.

Parabéns a Macapá!
Do Marco Norte ao Marco Sul.
Brilhai como o Equinócio!
Adorável terra Tucujú!

Em 28/01/18 às 17:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos

Aquarela Humana

Todo artista pinta sua obra,
Das cores que lhe convém.
Eu quero compor,
Meus versos em cores também.

Mostrar o possível,
O óbvio, o incrível.
Numa aquarela humana,
Que predomina o civil.

Cada cor um tom,
Um jeito, num quanti específico.
E na tela denotar,
Reflexo magnifico.

Fruto da miscigenação,
Preto, pardo, branco, amarelo...
Ver nas cores vislumbrar,
Uma imensa aquarela.

A cada pigmento,
Por trás um dilema.
Que pode também bombar,
Nas telas de cinema.

Faço jus ao colorido,
Que tem meu País querido.
Aquarela humana verdadeira,
É a nação brasileira.

Em 30/01/18 às 10:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos


Independente de credo e cor


Pra exaltar o lugar que moramos
Valorizar o Torrão que pisamos.
Vamos juntos num grito de fé,
Lutar pela “Amazônia de Pé”.
                                                           
Destacando nossa população,
Índio, branco, negro, mil!
Com  dedicação e capacidade
Juntos na construção do Brasil.

Década dos afrodescendentes,
Destacam-se grandes manifestações.
Valorizando seus ancestrais,
Crenças africanas e seus rituais.

Respeitar o outro e o sagrado,
Choque cultural, formado.
O legado se espalhou,
A mestiçagem novo rumo tomou.

Nesse contexto a identidade.
Externa a natureza.
Sorriso, cabelo e cor,
De negra, pura beleza.

Minha mensagem
É no compasso do tambor,
No afoxé ou berimbau.
Urgente! Ação fraternal!

Amar a todos sem fazer acepção.
É cultivar o amor, independente de credo e cor.
Em 30/01/18 às 10:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos


SAPATOS

Sapatos calçam e protegem os pezinhos.
Sapatos livram de entrar espinhos.
Sapatos, sempre sapatos.
Coloridos ou de uma cor só,
Sua  missão eu sei de có.

Comodidade, numeração adequada.
Visual marcante de identidade.
Acessório importante.
Sapato é arte, é produtividade.

Antes era símbolo de autoridade
Hoje com tanta diversidade.
Define a necessidade
Do cliente e da idade.

Se, venho ao mundo,
Calçam-me os pés.
Quando deste eu for,
Um sapato vão me por.

Sintético ou natural,
Social ou popular.
Só sabe onde aperta
Quem está a experimentar.

Há sapato pra todo tamanho
De toda cor, de muito estilo.
Cada pessoa tem um gosto,
E um ritmo específico.
Em 06/02/18 às 15:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos



Esperança
Ouviu-se um grito de Guerra em silêncio.
As correntes apertavam os pés descalços.
O corpo cambaleava, sobre o solado.
As correntes apertavam as mãos em punho
E o corpo cambaleava em fileira e imune
Oh, oh oh!
Na mãe África, não estou.
Oh, oh oh!
Só saudade é o que restou.

Ouve-se um grito de guerra em silêncio
Desmontes e violência. Quanta imprudência!
Operários ou civis, entregues, aos mil.
Na Pátria amada, de céu anil.
Oh, oh, oh!
Na mãe África, não estou.
Oh, oh, oh!
Desconheço o que restou.

Ouviremos um grito de guerra em silêncio
Dos que não se renderam e tem argumento
A esperança renasce sobre o asfalto
E o povo segue ao combate no alvo.
Oh, oh, oh!
Na mãe África não estou.....
Oh, oh, oh!
A esperança é o que restou.
Em 30/01/18 às 10:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos
O negro quer

O negro quer carinho, o negro quer amor.
O negro quer amizade, seja de quem for.
O negro quer vida, o negro quer paz.
O negro quer cantar, dançar e tocar como todo mundo faz.
Sem preconceito, sem humilhação.
Quer viver feliz, com paz  no coração.

O negro se libertou do sistema que o escravizou.
Não existe só uma cor, raça ou religião.
O negro quer compreensão.

Sim, para a paz e não, para a guerra.
Se todos derem as mãos abraçaremos a terra.
Não importa se é branco, preto, rico ou pobre.
Devemos amar a todos e ter um coração nobre.

Negro quer vencer.
Lutar capoeira, dançar Marabaixo,
E hip-hop, sem sair do compasso.

Negro quer escola, quer trabalho e salário.
Quer comer bem e ter bom vestuário.
Quer dignidade e justiça,
Direitos e deveres legais.
Omissão, jamais!

O negro não quer racismo, nem discriminação.
Já passou desta fase faz um tempão.
Novos ideais, novas conquistas,
O negro quer ser sempre otimista.

Valorização merece atenção

De pele clara de pele escura
De fala branda ou fala dura.
Vejamos, isso é um fato!
Tudo igualzinho, seria chato.
Índio, branco, negro, aí estão.
A diferença é um Pendão.
O bullinyng é sofredor
Queremos paz e amor.
Não apelidar! Pelo nome chamar.
Não desrespeitar! E sim valorizar.
Não xingar! Devemos cuidar,
Amar e considerar.
Viva! Viva a Valorização!
Fora a discriminação!
Somos todos irmãos.
Isso merece atenção.

Cultivar a irmandade
Não importa ser negro ou branco
Não importa foi Deus quem os fez.
Viva a liberdade.
Devemos cultivar a irmandade.
Amor é um valor que todo o ser sente.
O bulliyng, nos deixa descontente.
Com amor e verdade
Vamos varrer a maldade
O amor de Divino não faz separação
Todos moram em Seu coração.
Não cabe a nós, tal desprezo,
Todos devem ser amigos do peito.


Negro é

Negro no Brasil,  tem olhos pretos,
Azuis ou castanho, de todo jeito.
Negro é realista, calmo e feliz.
Amoroso, sorridente, bem diferente.

Negro é trabalhador, tem gente que não dá valor.
Tem outros que desprezam o  negro por sua cor.
O negro é inteligente da África é descendente.
O negro é um presente principalmente pra gente.

Negro trabalha tanto,  enfrentando frio e calor.
Está a contribuir com a construção do País.
 Na vida ou na ciência
Nunca esteve ausente
Pois é um ser competente.

O negro é humano e social.
A capoeira, sua arte corporal.
Batuque e Marabaixo, seu ritmo ancestral.
A divindade, força espiritual,
Para defendê-lo de todo o mal,
Isso é muito legal!


Seguir em frente

Negro forte, negro valente!
Enfrenta as dificuldades
Como toda gente.
Constrói e cultiva
Com muita alegria.
Sei que o sofrimento
Atinge o seu dia a dia.
Mas hoje é cantor e doutor.
É liberdade,  é teor.
Alegria e comunhão,
Entre jovens e anciãos.
Harmonia e coragem.
Educar a nação é pura felicidade.
Canta, canta minha gente,
Vamos todos seguir em frente.

Inclusão
O povo negro está em festa.
O índio também se manifesta.
E todos entram nesta inclusão.
São formadores desta nação.
Eu quero cantar!
Eu quero dançar!
Eu quero tocar!
Festa bonita é pra comemorar.
É a identidade do meu lugar.

CRIANÇA
Criança guerreira com os pés no chão.
Que vive nas ruas, mendigando o pão.
Sobe o morro, desce o valado,
Buscando comer um pedaço ou punhado.

Levante sua alegria, vislumbre sua cor,
Acorde seus sentimentos, ela é um primor.
Exponha o sorriso, se encha de alegria,
Não tenha vergonha de entrar nesta folia.

Criança alegre, de muita ousadia,
Merece segurança em todos os dias.
Não tenhamos  medo de cobrar seus direitos
Exigindo da sociedade mais respeito.
Crianças são lindas, têm o que viver.
Não vamos deixa-las perecer.
Levante a bandeira, transmita esperança,
Dê um mundo melhor a todas as crianças.

Seja branca  ou negra devemos respeitar
Toda a criança do nosso lugar.
Levante a cabeça e pense bem,
Faça um carinho no rosto de alguém.

Se há bondade no coração,
Pelejemos contra a discriminação.
Se tivermos fé e respeito
Lutemos contra o preconceito
Se a vida inspira humanismo
Batalhemos contra o racismo.

Independente de credo, cor, ou religião,
Devemos ter garra e prontidão.
Pra defender a pequena cidadã,
Criança é o futuro do amanhã.




Negra de amor

Sou negra! Sou negra!
Negra é a etnia
Negra é a cor,
Negra de amor.

Sinhozinho venha ver
O que no Brasil aconteceu.
Meu pranto em alegria se converteu.
Com a Lei 10.639
Minha escola ficou forte.
Do currículo escolar, vou participar.

Sinhozinho venha ver
O que no Amapá aconteceu.
Minha escola, o  ensino fortaleceu.
E no toque do tambor
Marabaixo eu danço com amor.
Sou feliz e brilho como o sol do Equador.

Sinhozinho venha ver
O que em Macapá aconteceu.
A tradição nas ruas, visibilizou.
Pinchaín ou Sarará,
Meu cabelo agora é moda.
Entre nessa roda e venha comemorar
Sou negra! Sou negra!
Negra é a etnia
Negra é a cor,
Negra de amor.

Em 29/12/16 às 15:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos
Negro Vencedor

Na minha escuta,
Na minha fala,
Minha identidade se constrói.
No meu agir,
No meu intervir,
É que eu digo onde dói.

É com chocalho,
É com tambor,
Que mostro com fervor.
A minha dança,
 A Minha ânsia,
Compartilhada com amor.

 E marabaixo, batuque e capoeira,
São minhas expressões.
De resistência, de liderança...
Sou Negro, Negro vencedor.
Criado em: 13/11/2015 ás 8;3 7, por Maria Aurea dos Santos






AFROLOGIAR

Afrologiar é falar
Etnografar, ancestralizar.
É estudar e ensinar,
É conquistar e valorizar

Afrologiar é pertencer
Reconhecer e envolver.
É ceder visibilidade,
É reaprender humanidade.

Afrologiar é incluir,
Contribuir e garantir.
É interagir e sentir,
Que isso sim, faz parte de mim.

Afrologiar é um movimento,
Com poetas negros no Amapá.
É a Afrologia Tucujú.
Envolvendo de Norte a Sul.

Autora: Maria Aurea dos Santos
Em:  29/03/18 – 16:00h

Palavras

O poder das palavras consolida conhecimento.
Entrelaça ideias, na síntese ou argumento.

O poder das palavras tem sonoridade peculiar.
Propaga-se velozmente, no espaço temporal.

O poder das palavras tem símbolos, é imagem...
Leitura de grafismo, que na ótica faz sua viagem.

O poder das palavras pode ser gigante, avassalador.
E pode ser ternura, conforto, em momento de dor.

Que poder é esse, que foi dado aos homens?
De classificar palavras dando às coisas, nomes.

Palavras soltas ao vento podem menos em seus efeitos.
Como vocábulos reorganizados, é um pensamento formado.

É uma ideia a aprovar, um ensino a absorver.
Um conselho a acatar, ou uma tese, que vem somar.

O que de fato, dizer das palavras, quando grafadas incorretamente?
Impedem a compreensão, de um pensamento coerente?

O poder das palavras, não é difícil meu amigo.
Mas palavras como verbo vivo, só o Senhor Jesus Cristo.

Palavras vão, palavras veem, levam e trazem mensagem de alguém.
Desabafo, reivindicação, ou pra tolir o pobre cidadão.

Saúde, justiça e educação, palavras de grande  precisão.
Hoje, bem comprometidas, em conchavo com a política.


Usemos palavras empoderadas, que avive a humanidade.
Façamos discursos coerentes, com palavras que libertem mentes.
Em 10/04/18 às 9:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos

Mulher mãe

Mulher mãe minha heroína.
É linda rainha!
Lembro-me de seus passos,
Firmes e constantes.
Ao defender seu castelo,
Com olhares, palavras ou gestos exuberantes.

Mãe mulher, que ao trovejar,
O soar,  era voz de ordem,
Quando nada estava a contento.
Outrora, com afeto e canção,
Serena brisa, refrigério, acalmava o coração.

Hoje distante dela.
Mulher mãe me tornei.
E sinto em minha pele.
O ensino que dela alcancei.

Em tempos modernos,
Mesma missão.
A semente mãe mulher
Em plena germinação.

Quisera, Senhor quisera!
Que te ofereças frutos bons.
Pois te peço mansidão,
Pra realizar tamanha função
Ora brisa, ora trovão.

Em 15/04/18 às 11:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos



Estrutura

Terra, água e ar.
Elementos naturais.

Animais, vegetais e minerais.
Seres universais.

Cabeça , tronco e membros.
Divisões corporais.

Índio, negro e branco.
Cores étnico-raciais.

Pai, Filho e Espírito.
Divindades espirituais.

Amor, esperança e paz.
Emoções  sentimentais.

Casa, igreja e escola.
Instituições primordiais.

União, respeito e colaboração.
Preceitos morais.

Federal, estadual e municipal.
Esferas sociais.

Executivo, legislativo e judiciário.
Poderes organizacionais.

Café, almoço e jantar.
Refeições principais.

Frutas, verduras e legumes.
Alimentos beneficiais.

Poder, honra e dignidade.
Faz diferença na sociedade.

Se plantar, regar e colher.
Boa ceifa, vamos ter.
Em 10/04/18 às 9:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos

MOVA-SE

Sem movimento não há liberdade
Preciso mover-me ao encontro da felicidade
Há um parque em minha frente
Quero encontrar gente.

Fazer fluir em mim a candeia
Agito-me a todo instante
Preciso formar laços
Que religue almas
Entrelace corações
E mova o mundo.

Mova-se também
Ainda que sejam retas perfeitas
Pra direita, pra esquerda
Para cima, para baixo
Em todas as direções
É preciso entender
Quão importante é o mover

Mova-se pela dignidade
Há necessidade
De um aeroplano
Para ser
Excelente ser humano.


Em 25/07/18 às 9:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos


Alexandre Vaz Tavares

Nosso destino é traçado
Por diversas marés.
Nos altos e baixos da vida
Aguerridos, sempre de pés.

Alexandre Vaz Tavares
Alcançou  também seus pilares
Hoje lisonjeado,
Pionerista considerado.

Retrata a história e a memória.
Filho de Antônio e Florianda
De berço amapaense
Fruto Tucujulense.

De estudante a doutor
Político,  professor
Como poeta se fortaleceu
Quando ”Macapá” escreveu.
Para homenagear com fervor
A terra onde nasceu.

Em 08 de agosto
Dia da poesia.
Com grande primazia
Estamos a laurear
Este poeta do Amapá.

À todos os escritores
Que em suas composições
Sintam-se inspirados
Nesse patrono estimado.

Em 04/08/18 às 9:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos
TE LIBERTAS

Penso nas vidas insossas
Gélidos mortais
Que vivem tão inebriados
Longe da lida cabal
Exploram um horizonte
De promessas infindáveis
Dentro de uma bolha,
Sucessos jamais imensuráveis.
Admiro quem encara
Um mix divertido.
Tentar, viver e sonhar
Sem ter se corrompido.
Joga a magia no ar
E dela se apropria.
Abriga a esperança na mente,
E as oportunidades?
Agarra com unhas e dentes.
Te libertas!
Não deixa que te encarcere,
O trem tende a passar.
Vem pra parada embarcar.
Se te achas no meio do nada
Corrige o olhar funil.
E veja total desvaneio,
Se encarares o desviou.
Te libertas!
Olha o romper da aurora!
É luta! É resistência!
Todo dia, toda hora.
Te libertas!!!!!!!!!!

Em 13/10/18 às 9:30h
Autora: Maria Aurea dos Santos



Nincho de identidade

História de negros
Atravessam séculos de resistência.
Da África para o Brasil
Contribuindo com arte, garra e ciência.

Trajetória, memórias, práticas sociais.
Visíveis e vivas, nos traços culturais.
Riquezas presentes em plena Amazônia
Combatendo sempre ideias antagônicas.

Amapá! Amapá! Sempre porteira
De persistentes laços na fronteira.
Em seu solo a cultura floresce.
De Norte a Sul, o legado enaltece.

Nincho de identidade.
Cheiro, sabor, Tom e imagem.

Em 24/10/18 às 15:00h
Autora: Maria Aurea dos Santos
Parece elogio, mas é racismo
Como pode essa inteligência toda
parar aí?

Esse aí, tem corpo, cor e nome
Esse aí é gente, tem existência.
Tem cheiro, gosto e sabor.
Tem cultura, tem labor,
História, memória...

Minha fala é autêntica
Meu olhar é de águia.
Minha cor é natural
Meu coração é maternal.
Meu black é estilo
Meu canto é imortal
Minha dança é ritmo.
Tudo em mim é cultural

Com Alika, tenho traje jamal
Com Zwanga e Tapuias, adorno real.
No Maruanum, poder artesanal.
Mel da Pedreira, recurso medicinal.
O Criaú, embala as folias
Que encanto, as cantorias!
Tem meu povo noite e dia!
Yanna Mc. compõe rap pra mim
Mazagão, expressão de fé.
Minha cultura se mantém de pé.
No berimbau, tambor, afoxé...
Agora, até minha escola
Nao faz mais escória.

Puro ceticismo.
Parece elogio, mas é racismo.
Em 27/10/18 às 15:30h
Autora: Maria Aurea dos Santos



A arte de partejar

- Vai buscar a parteira!
Aqui começa a missão.
E o choro da criança,
É a grande realização.

                        Saberes e crenças,
Com mãos cuidadosas.
Que fazem perder sono,
                        Prática valorosa.

A arte de partejar
É um legado ancestral.
Laurear com fervor
Parteira tradicional.
Que na cortina do tempo,
Traça biológico evento.

Mulheres de olhar tinhoso
Andar ligeiro, com rito curandeiro.
Engrola uma canção,
Sabedoria, tesoura, candeeiro...

De cavalo, de remo ou de pé.
Assim vai  a cegonha
Em plena Amazônia
Cuidar da parturiente,
E de mais um inocente.

Dotadas de saber viril
A mãe do umbigo vem.
Ajudar vir à luz
O rebento, o fruto do bem.

São mulheres corajosas
Que partejam com devoção.
E trazem nas mãos calosas,
As vidas de uma nação.

Índio, branco, negro,
Não tem distinção.
Pra elas o grande prazer,
É ver em suas mãos,
Mais uma criança nascer.
                       
                        Em 31/10/18 às 11:30h
Autora: Maria Aurea dos Santos
DÊ FLORES

Dê flores enquanto há vida.
Enquanto houver esperança,
Sorria sempre que possivel.
Abrace, perdoe, ame...
Antes que o sono eterno
Leve ao recanto imortal.

Façamos diferente.
A saudade é nostalgia.
Quantas flores raras,
São levadas pela magia.
De noite, de dia
Na angustia ou calmaria.

Vamos transpor montanhas.
Quebrar a barreira do orgulho.
A fortaleza do egoísmo.
A pirâmide do marasmo.
Ou o muro do achismo.

Pés no chão!
Mente fertil!
Jardinagem florida!
Dê flores enquanto há vida.

Composiçao: Aurea Santos
Em 02/ 11 / 18 às 9:30h

Só mais um instante

Ainda sinto o cheiro do aroma no ar.
Na manhã sepulcrária.
Coroas, velas, preces...
Pessoas, sem parar.
Nada se compara.
Com os suspiros-dos-jardins.

Grande nostalgia me cerca.
Fortes lembranças me sobreveem
Nao tem como conter.
O coração pulsa forte,
A mente projeta vc.
Quisera só mais um instante.
Nos meus braços te envolver.

Só de imaginar
Na saída sem despedida.
Na ausencia do boquê.
Da risada faceiro.
Me comovo por inteira.

Só mais um instante.
Mataria toda a dor.
Flores raras tem valor.
Varreria do meu ser.
Esse mar de sofrer

A brisa tem teu perfume.
Ainda sinto o cheiro no ar.
Só mais um instante.
Suficiente pra me acalmar.
Composiçao: Aurea Santosl
Em 03/ 11 / 18 às 7:00 h
Essência dos Mártires

A essência dos mártires
Está no pranto saudoso.
Nas cenas cálidas da noite,
No corte profundo da foice.
No perfume levado pelo vento,
Nas lágrimas contidas no tempo.
No riso terno de um momento,
Na força do momento.
Está no cair das folhas raras,
Que o galho mais forte não pode conter.
No suspiro tímido da alma,
Tanta lembrança há em meu ser!
Sofrera inebrio arrastão
No gosto insípido do nada.
Na ausência do afago,
Do abraço e do beijo.
Como vulto ligeiro do trem passageiro,
Invadistes outro jardim,
Com margarida e jasmim.
Nova morada além,
Solicitude aquém.


MINHA CANÇÃOO ECOA NOS ARES

Minha canção é inspirada
Nos cantos dos mártires
Nos gritos dos ancestrais
Clamaram tanto por justiça social
Minha canção está
No espirito da floresta.
No coração das águas
onde  boiuna faz a festa
Canto de oblação.
Incenso suave de coração.

Minha canção é carregada de arte
Que presenteia o meu amado
Na margem de um riacho.
É focada no canto do colibri
Na pinta do açaí
No gosto do tambaqui
Minha canção canaliza o vento
Moinho que embala a noite
A arte de moldar  pedra
Meu Muiraquitã
Aguarda o visitante
Que encanto vê-lo chegar
No cheiro suave da brisa do mar.

Minha canção nasce de um pensamento
Ressoa nas entranhas do ar
Numa propagação sem par
Viaja o infinito,
Espalha coragem,
Intimida o inimigo,
Inquieta o alienado,
Alcança algozes,
Espanta os males,
Refrigera a alma
Minha canção ecoa nos ares.
(Composiçao: Aurea Santosl
Em 02/ 11 / 18 às 13:00h)



Flores do meu jardim
O comércio aqueceu,
Com uma beleza sem par.
As lojas todas floridas,
Pra o cliente impressionar.

Hoje com a evolução,
Tem muitas novidades.
Pra enfeitar os túmulos,
De pequenas e grandes cidades.

Tem flores de toda cor,
Azuis, brancas, rosas, amarelas,
Vermelhas, roxas, coloridas,
Todas elas, são tão belas!

Mas nenhuma se compara,
Com as flores do meu jardim.
Flores raras, raras flores
Umas foram morar distante,
Bem distante daqui.

Perfumam o além
Com suas pétalas no caminho.
Que o Senhor esteja a regar,
Este jardim sem espinho.

Amanhã sim, seguirei.
A rotina anual.
À necrópole envelhecida,
Farei visita especial.

Muito além de velas e flores
Quero lhes fazer oblação
Às flores raras que eram
Do jardim do meu coração.
Composição: Aurea Santos!
Em 15/ 11 / 18 às 15:00h


DESABAFO

Não sou melhor que ninguém.
Também não admito a invisibilidade.
Eu quero falar, eu quero participar,
Quero mostrar quem sou de verdade.

Quero ter vez, voto e voz.
Quero recuperar o tempo atroz.
E garantir daqui pra frente,
Direitos iguais minha gente.

Ir e vir em qualquer lugar.
Sem ter um dedo pra me apontar.
Me adornar como bem quiser,
E poder fazer minha profissão de fé.

A lei está aí. Pra quem quiser cumprir.
Fora preconceito, racismo, discriminação.
Façamos o pacto do bem.
Amemos o irmão sem acepção.
Ufa! Falei, desabafei!
 (Composição: Aurea Santos!
Em 16/ 11 / 18 às 20:30h)






PARA O DIA DAS MULHERES

Para o dia das mulheres
Recortarei um coração.
Grande! Bem vermelho!
Pra mostrar ao mundo inteiro.

Para o dia das mulheres
Desenharei uma linda flor
Perfeita, bela, perfumada!
Para que seja sempre amadas.

Para o dia das mulheres
Encherei um balão grandão.
Por que elas merecem.
Alegria de montão.
Para o dia das mulheres
Amarrarei uma fita colorida.
O laço significa,
Ser feliz pra toda vida.

Para o dia das mulheres
Cortarei um bolo delicioso.
Um forte abraço darei.
Cantarei parabéns.
Bênçãos à todas, te peço Senhor! Amém.

Composiçao: Aurea Santosl
Em 07/ 03 / 19 às 11:30h
A FORMIGUINHA E A CIGARRINHA

Uma formiguinha indo trabalhar,
Encontrou uma cigarra a cantarolar.
O inverno já estava prestes a chegar,
E a cigarra só queria cantar e tocar.

Eu canto, canto, canto,
Eu toco, toco, toco.
O inverno longe está
Não vou me preocupar.

O inverno chegou
E a cigarra titiricou, titiricou...
Pra formiguinha um favor suplicou:
- Deixa-me entrar pra me esquentar,
Prometo não mais vacilar.

Então, toque, toque, toque,
E se ponha a cantar.
E todo o formigueiro,
No seu canto irá dançar.

A formiga e a cigarra,
É uma história secular.
Que ensina como devemos,
O tempo aproveitar.
(Composição: Aurea Santos, Em 25/ 02 / 19 às 11:00h)


Diversão, cultura e conhecimento

Diversão ,cultura e conhecimento,
Juntos, forma  um bom alimento.
Iguarias excelentes,
Para tratar mentes inconsequentes.

Mentes que mergulhadas estão,
Num oceano de corrupção.
Ou mentes alienadas, meu irmão,
No mar da marginalização.

Cego é quem não quer ver,
O que lá fora está acontecendo.
A batalha do bem e do mal,
Entre as classes, se fortalecendo.

Prega o desrespeito imoral
O assédio sobre os direitos é mortal.
Escrúpulo, covardia, Pecs do não,
Que perseguem a vida do pop cidadão.

A intolerância impera.
Na religião, no gênero, na cor...
Quisera que todos plantem tâmaras.
É a lição mais certa de cultivar o amor


Na vida,  o plantar e o colher
Diversão , cultura e conhecimento,
São melhores alimentos.

A diversão construtiva,
Reflete no dia-a-dia.
É prática da vida
É um mousse de alegria.

A cultura é diversidade,
Diferentes costumes de uma sociedade.
O berço das tradições,
Que emana das civilizações.

O conhecimento é o chão,
Saber trilhar é a questão.
Depende da intrepidez,
Que apresentar o freguês.

Por tanto, diversão, cultura e conhecimento.
É tudo o que está acontecendo
Aqui nesse momento.

Em 25/08/17 às 10:00h
Autora: Maria Aurea Santos.





FORMATURA

A reta final de um plano
Requer comemoração.
Nem sempre é um ponto de chegada,
Parece subir de escalão.

Choro, nervoso, zanga,
Conselho, afeto, extravagancia.
Um mix de emoções
Das mais estranhas razões.
Montanhas foram transpassadas.
Experiências compartilhadas.
Formação adquirida,
Que servirá pra toda a vida.

Para escalar o conhecimento,
Cada passo, um momento.
Cada cena, um sentimento.
Cada aula, um evento.
E cada  frase um argumento.

É preciso ver, tocar, sonhar,
Ouvir, sentir... E assim moldar.
O que conhece, perde o sentido,
Novo saber é refletido.
Caberá ao tempo,
Próximo nivelamento.

Desejamos aos formandos,
Parabéns! Muitas felicidades.
Pelo apoio agradecemos as famílias.
Aos professores certeza de missão cumprida.


À Deus toda a honra e toda glória!
Pela vitória alcançada.
Muito obrigada senhor!
Pela conquista com amor.
Em: 19 /12/18 às 11:00h
Autora: Maria Aurea Santos


COMUNIDADE AMBÉ

Indo pro fora na BR 210.
Ou por dentro, na AP 210.
A 80Km de Macapá.
Está a comunidade do Ambé.

Ambé era um cipó.
Que existia em grande quantidade.
Desse vegetal resultou,
O nome da comunidade.

Comunidade pecuarista.
Campo verdejante, bela pastagem.
Famílias do Rio Pedreira
Instituíram essa

Manoelzinho do Ambé.
Um grande desbravador.
Que achando terra fértil,
Pra lá sua família levou.

Picanços, Pedreiras e Sousas,
Ali miscigenou.
Ramos, Silvas, Machados, Prazeres,
A vila se fortificou.

Tem igreja com mirante



PROFESSOR

Seu super poder é educar
Os desafios apostos nos caminhos.
Alegria de poder concretizar,
Cada passo, sem espinhos.

Seu super poder se realiza
Ao ver a criança despertar.
Saindo da cegueira social,
Que a inocência, tende regar.

Seu super poder se compara.
Com a visão de águia.
De longe perifériza
E seu alçar consolida.

Seu super poder se reveste
Nas armas magisteriais.
Da corrente humanista,
Com métodos diferenciais.

Seu super poder se propaga na diversidade
Ele é Educador, mediador
Ensinante, aprendente
Doutor, Transformador
Mestre, docente.
Instrutor, mentor
Formador, lecionador
Cognoscente, professor...

Seu super poder é eclético
Dinâmico, prático, amoroso.
Valorização é a questão,
Todo professor é precioso.
Autora: Aurea Santos
Em : 06/03/19 às 9:30hs.

PARA O DIA DAS MULHERES
Para o dia das mulheres
Recortarei um coração
Grande! Bem vermelho!
Pra mostrar ao mundo inteiro.

Para o dia das mulheres
Desenharei uma linda flor.
Perfeita, bela, perfumada!
Pra que sejam sempre amadas.

Para o dia das mulheres
Encherei um balão grandão.
Porque elas merecem
Alegria de montão!

Para o dia das mulheres
Amarrarei uma fita colorida.
O laço significa.
Ser feliz pra toda vida.

Para o dia das mulheres
Cortarei um bolo delicioso.
Um forte abraço darei,
Cantarei parabéns.
Bênçãos à todas, te peço Senhor! Amém.

Autora: Aurea Santos
Em : 07/03/19 às 11:30hs.

CONTA O CONTO E RECONTA

Conta o conto e reconta
Deixa explícito o arder na artéria.
O que falta no bolso,
O ferro coroe a matéria.
Fala, oh alma sombria!
Quantas verdades há neste ser.
Conta o conto e reconta
Dinâmica de puro viver.

Conta o conto e reconta
O calçar, o vestir, o comer.
Embala nos versos da rima
A sátira que há em vc.
A luz do final do túnel.
Verás brilhar no cume.
Por isso conta o conto e reconta
Deixa as lágrimas escorrer.

O conto a recontar
Traduz existência humana.
Tece no ápice a história
De ancestral trajetória
Ao contar, visibiliza
Ao calar, você  consente
A injustiça prevalecer.
Ao signo ascendente.

Grita bem alto essa escória,
Libera a adrenalina
Conta o conto e reconta
Mergulha na fonte cristalina.
Toca as caixas e gaitas
Ergue a bandeira das matas
Conta o conto e reconta
Resiste, não te amedrontas!

Maria Aurea Santos
Em : 07/04/19 às 11: 30h.



GUARDIÃS DA MEMÒRIA

Carmo do Macacoari
Em Itaubal do Piririm.
Comunidade negra ribeirinha,
Com glória, tem belas rainhas

Nos cantinhos no Amapá,
Ouvimos tantas histórias.
Vivências pluriculturais
De ancestrais e atuais.

As mulheres negras macacoarienses,
Guardiãs da memória local.
Dons nas mãos, uso das matas,
Roça de toco, criação de quintal.
São atividades corriqueiras,
Festejadas nas marabaixeiras.

São grandes as perspectivas,
Em torno da realidade.
Uma verdadeira Odisséia,
Em busca de alteridade.

Cidadania e autonomia,
Começam nas primeiras horas do dia.
Resistente é o pertencimento,
Que traça sua linha do tempo.

Do antigo ao contemporâneo,
Mulheres, seguem militantes.
Desbravando a Amazônia,
Como uma orquestra sinfônica.

A verdadeira história de um povo,
Devemos sempre preservar.
Existente só na oralidade,
Raridade se tornará.

Foi então, que Maria das Dores,
Amapaense destemida.
Durica, de alma aguerrida,
Sentiu como grande missão,
Registrar essa historicização.

Filha genuína do local,
Infância, juventude, com humildade.
Sempre presente nas festividades.
Registra com pioneirismo,
Memórias, com cientificismo .

Um resgate das tradições,
Costumes e integrações.
Defesa de cunho essencial.
Preservações são fundamentais.
Para as gerações terem referenciais..
Autoria: Maria Aurea Santos
Em:  17/04/19 – 20:40h


CRIAÇÃO DE ANTES

Desde criança convivendo com grande atrocidade.
Até na cantiga de ninar, espanto, calamidade.
Em prol do respeito e da moral.
A fim de guiar na regra geral.
O boi da cara preta me dava pavor.
Envelopando meu pensamento
No monstro do contra-tempo.
Se um gato no telhado estava a caminhar.
- Cala! Matinta Pereira, já vem te buscar!
E nego tremia, sem saber o quê fazer.
Se desobedecesse, "o pau ia comer".
Se um pé de vento, sob vem.
É o Saci querendo um vintém
E cachimbada também.
Se antes do barulho atordoador,
O relampejo riscasse, da noite, o véo.
Comprava briga com o papai do céu.
Era um mar de tortura,
Pra construir boa criatura.
Amor que me fez gigante.
Assim era, criação de antes.
Autoria: Maria Aurea Santos
Em:  
A VIDA É

A vida é um dom
Quando tem na aptidão, tom.

A vida fica mais bonita
Quando encontramos almas floridas.

A vida só é um encanto
quando está longe do pranto.

A vida é bem bizarra
Quando é forçada a barra.

A vida é bem séria
Na abstenção de alegria quimera.

A vida é dolorida
quando no caminho há feridas.

A vida é passageira
Quando não nos amamos por inteira.

A vida é uma festa
Quando a folia se manifesta.

Composição: Aurea Santos.
Em 23 / 03 / 19 às 9:00h
FAMÍLIA FELIZ
Família feliz
É aquela onde há,
Amor, paz e união,
Aquela que cuida do coração.

Família feliz
É aquela humana,
Que apesar dos intemperes,
Mas é aquela que ama.

Família feliz
Faz o bem sem acepção.
Reúne pra celebrar,
O simples fato de junto está.

Família feliz
Luta com garra.
Contra todas as potestades,
Para o Bem Estar da alma.

Família feliz,
Instrui à crítica e à autonomia.
Para que brevemente,
Colha frutos da sabedoria.

Enfim, família feliz,
É sempre aprendiz.
Pois tudo faz,
Pra se tornar capaz.


Composição: Aurea Santos.
Em 22/ 03 / 19 às 12:00h

SÃO JOSÉ DE MACAPÁ
19 de março
É um dia religioso.
Para o povo amapaense
Feriado virtuoso.

Carpinteiro desde a infância
Profissão que herdou do genitor.
José da tribo da David
Era excelente construtor.

Sobre os costumes judeus
Em Nazaré da Galiléia.
Vemos José e Maria
Mulher com quem se casaria.

Numa missão divinal
No período do matrimônio.
José agindo secretamente
Aos olhos de Deus é temente.

Abnegado homem trabalhador
Protetor da família.
A população ao comemorar
Da história se apropria.

Cada um com seu jeitinho
O Santo querendo agradar.
Hoje, pelas bênçãos recebidas
Na vida secular.

Da catedral à Fortaleza
Nas ruas da capital
Segue a imagem de São José
E os devotos exercitando a fé.

Durante os dias de festejos
Grandes temas são discutidos.
Fortalecendo párocos, romeiros
E voluntários aguerridos.

Na Pedra do Guindaste
A base de sua imagem
Ao sol sempre reluz.
Lendária Tucujú

Padroeiro de Macapá
De grande romaria popular.
No torrão amapaense
É cartão postal minha gente.
Autoria: Maria Aurea Santos
Em: 19/ 04/ 19 – 12:00h

O LIVRO

O livro é um grande amigo
Tem a magia que molda o viver.
Pra cada situação, uma solução.
Na alegria, na dor, em toda a ocasião.

O livro dá inspiração
Pra toda a humanidade.
Seja rico, seja pobre,
Tem livro pra toda idade.

Um livro não é só capa
Tem folhas, flores, amores...
Tem palavras amargas, deliciosas,
Gélidas, quentes, manhosas!

Pra mim, é um amuleto,
Que guardo dentro do peito.
Um veículo de tantas histórias,
Cultiva minha memória.

Quer viver aventura,
No céu, na terra e no mar?
Acredite, ele te tira do chão,
E te leva pra qualquer lugar!

Com ele eu viajo o mundo,
Eternizou amizades.
No passado, presente e futuro,
O livro nos deixa maturo.

Dizem que é mudo,
Mas ele fala de tudo.
Dizem ainda que não tem coração,
E que por ele não pagam nem um tostão.

Eu sinceramente não concordo,
Com essa opinião.
Pra mim o livro fora feito de grande emoção.
Que encanta anciãos, adultos e crianças,
A bíblia é exemplo vivo, traz amor, esperança.

Sempre que puder
Doe um livro a alguém.
Dissemine quantas vezes der
Essa prática do bem.

Cuide bem de seu livro,
Não o deixe no relento.
Um livro tem grande valor,
Valor e conhecimento.

Autoria: Maria Aurea Santos
Em: 27/ 04/ 19 – 10:00h
Vida Interiorana
Todo amanhecer merece atenção.
Cheirinho de terra molhada,
Folhas salpicadas no chão.
Lida matinal.
A natureza debulha o açai
Nas telhas e no quintal.

O sol desponta no horizonte
Espelhando todo o vegetal.
Na mata, a bicharada
No céu, o canto da passarada.

Mundica, traz tapioquinha
Ou biju de farinha.
Com castanha é mimo.
E um café bem quentinho.

Dá cá meu par de chinelo.
Vou coivarar, plantar, colher...
Os frutos que a vida oferecer.
Aproveito e levo caniço e isca,
Vai que um peixe belisca.
Se caso, nada caçar.
Tem a opção de mariscar.

O fardo é duro seu moço
Já diz o ditado popular.
"Se plantar o chão dá,
Mas se não plantar, o chão não dá."
Ainda mais com as ideias,
De só com oitenta me aposentar...
Aí é pra lascar!

Maria Aurea Santo
EM: 29/04/19 as 22:00h

ROTINA: MULHER DO CAMPO

Casa de forno, casa de farinha,
A mulherada se anima.
Muitos casos, risadas,
Ao chegar da roça,
Com paneiro de mandioca.

Põe de molho, rala, espreme,
Com jeito surpreendente.
Os mais novos vão aprendendo,
Como se dá o funcionamento.

Tucupi do tipiti!
Farinha de tapioca!
Goma pra tacacá!
Dá até uma frivioca!

Mingau de farinha d’água,
Saborosa produção.
Atividade tradicional,
De grande potencial.

Mulheres do campo
O labor é sua história.
Além de cuidar da família,
São guardiãs da memória.

Nas plantações, pastos, lagoas e igarapés.
Cada mulher tem seu encanto.
No arar da terra, nas pescarias,
Ao conduzir o rebanho.
Com técnicas e práticas,
Que não tem tamanho.

Assim é a vida no campo,
Das mulheres incansáveis.
Que lutam pra mudar as histórias
De quem as veem como escorias.

 Autoria: Maria Aurea Santos
Em: 05/ 05/19 as 7hs.

O REMO E O MUIRAQUITÃ

Sopra o vento, espalha a neblina,
Remo em águas frias, cristalinas.
De repente, sem esperar,
A pressão, conduz em direção.
De um iceberg da cosmovisão.
O mar imponente está,
Sua cantata ecoa no ar,
Em maresia que entoa.
De altos e baixos veste-se a viagem.
No horizonte, não há mais paisagem.
Querem tomar meu chão!
Alegam não ter produção.
Como explicar a pertença?  Meu lar!!!
Como naufrago vou sucumbi,
Se do remo desistir.
Valho-me da força interior.
Quebro os paradigmas de dor.
Ergo a flecha, toco tambor
E ao guerreiro do amor.
Desvelo um grito promissor.
Abram-se os raios do sol.
Queime a ganancia do opressor.
Faça-me remar, remar, remar...
E em porto seguro chegar.
Certa que meu muiraquitã,
Combate a fúria dos Titãs.

Autoria: Maria Aurea Santos
Em: 25/ 04/19 as 10hs.








ARQUITETURA DA ALMA

O construir exige esforço
Projeto e iniciativa.
Na arquitetura da alma,
Tem vitórias e feridas.
Imaginem o barulho incessante,
Das batidas corriqueiras.
O revestimento da pureza,
Com as pinceladas conselheiras.
Na estrutura do andor,
Cantinho sagrado, do meu Bem Amado.
Marteladas precisas,
Formação primitiva, científica, cultural.
Pra encaixar regras sociais.
Que resistem a todo tempo,
Tanto as éticas, quanto as morais.
Acabamento concluso,
Atrelado ao modernismo.
Que dá fama ao usuário,
Ou explicita o racismo.
São ações arquitetônicas
Que no prumo não falham.
Cada centímetro, cada metro,
No espaço e tempo certo.
A arquitetura da alma,
É edificada firmemente.
Demolição não faz parte,
Desse epopeico planejamento.
Pois a arquitetura da alma,
Ergue-se com o conhecimento.

Autoria: Maria Aurea Santos
Em: 25/ 05/19 as 7hs
NEGRA FLOR

Negra! Teu cabelo é lindo como a flor.
Negra! És pra mim a Deusa do amor.
Negra! Tua pele tem cor de mel,
Tua dança é um show, reluz no azul do céu.

Teu requebrar me incendeia,
Teu olhar me rastreia.
Menina linda faceira,
Minh’ alma vibra inteira.

Teu falar é cheio de amor,
Tua boca tem bom sabor.
Negra flor, a melhor do jardim,
Gosto dessa negra assim.

Êh, êh, êh, êh negra de amor,
Gosto dessa negra assim.
Êh, êh, êh, êh negra flor,
Gosto dessa negra assim.

Autoria: Maria Aurea Santos
Em: 30/ 05/19 as 22hs

Educação Ambiental

Educação ambiental, é um caso a se pensar.
Não é só construir hortas no espaço escolar.
Vai muito mais além, é a política do bem.

Perpassa pelos saberes, utilizar e conservar.
Se você só consome, se preocupe em preservar.
A natureza é um todo que alimenta o povo.

O uso racional do recurso natural.
È ideia sustentável, pra preservação integral.

A educação ambiental educa mentes.
O cuidado é fatal.
É a natureza quem sente.
Precisa-se de pessoas com práticas conscientes

Ninguém é avisado
Ninguém é interrogado
E na calada da noite a morte é decretada.
A República ruralista
É quem sofre as consequências
De mentores sem decência.

Por isso cuide do chão, da água, do ar.
Da flora, da fauna, do mar.
Educação ambiental é nosso dever,
Para a vida florescer.

Composição: Maria Aurea dos Santos
Em: 01/06/19 as 7h.


VERSÕES BUMBAIS

Em uma grande Fazenda,
Na margem do Rio São Francisco.
Uma história sinistra entre patrão,
Um casal e um boi de estimação..

Nesse dedinho de prosa,
Quero apenas recontar.
Que Catirina ao engravidar,
Língua de boi, quis saborear.

Pai Francisco, escravo destemido.
Sua esposa quis impressionar.
Mata um boi gordo do patrão,
E não mediu consequências não.

Deu a língua à sua esposa,
Repartiu com toda a vizinhança.
Só sobrou chifres, rabo e o esqueleto.
Isso porque ninguém, deu importância.

Um dos escravos, injuriado,
Por não receber sua doação.
Deu com a língua nos dentes,
Contou tudinho ao patrão.

O fazendeiro irritado
Por ter sido enganado.
Ao gado do coração,
Queria já ressurreição.

Chamou pajés, curandeiros,
Pagou penitências meses inteiros.
E o milagre do boi reviver?
Humm! Nada de acontecer.

Francisco e Catirina,
Fugiram para a cidade.
Pra proteger a família,
De uma grande fatalidade

Depois de muitos anos,
Arrependidos pelo crime cometido.
O filho já bem crescido.
Volta à fazenda com seus pais queridos.

Com medo de serem castigados
O menino logo se apressou.
No rabo seco do boi, sopra fortemente.
Que logo revive, chifrando em frente.

O velho fazendeiro
Não se contendo de alegria.
Perdoou toda a façanha,
Foi festança, folia.

Essa história inusitada
Em todo Brasil disseminada.
Reúne etnia, poder e tradição,
Cada Região compõe sua versão.

No Nordeste, Bumba-Meu-Boi,
Na Amazônia Boi-Bumbá.
Em todo lugar que chegar,
Contorno diferente terá.

Autora: Maria Aurea dos Santos
Em : 08/06/19 às 10hs.


UMA COISA OU OUTRA

O dia de amanhã
Só à Deus pertence.
Se um dia é de sofrer,
Outro pode ser diferente.
Eu preciso de você,
Você precisa de mim.
E assim vamos precisando,
Um dos outros, tanto assim.
É como fazer sabão com óleo,
Limpa o óleo com sabão.
São práticas normais,
Interdependentes, culturais.
Se chego pra remar,
Ou remo pra chegar.
Tanto faz, uma coisa é certa,
A partida tem um ponto,
Nele, devemos começar.
E assim nesse embate
Surgem muitas reticências.
Que vão dando contorno,
Com ordem e decência.
Os calçados, calçam os pés.
Os pés calçam, os calçados.
Vire e mexe lá vem ronda,
Resisto aceito a bronca.
A ronda é pra os rodados,
E a bronca é só cuidados.
Em fim, uma coisa ou outra,
Estamos pra vivenciar.
Só não podemos sucumbir,
Desistir, parar de lutar.
Nessa onda sobe e desce,
A canoa pode alagar.
Mas quero ser a primeira,
Com o meu nado chegar.
Pois se me deres a mão,
Sem se importar com credo ou cor.
Chegaremos juntos, além do bojador.

Autora: Maria Aurea dos Santos
Em : 08/06/19 às 19hs.

DIA DOS NAMORADOS

Festas pagãs, guerra, religião.
Morte, amor e perseguição.
Resultam num dia tão especial,
Data consagrada a todo casal.

Na Roma Antiga, século III,
Pra não faltar combatentes de vez.
O casamento, o Imperador proibiu,
Mas o bispo Valentim, não aderiu.

Do matrimônio era defensor,
Sem permissão, casamentou.
Numa emboscada lhe restou a prisão,
Um amor e as cartas de jovens cristãos.

O padre tornou-se um mártir,
Essa foi sua punição.
De lá pra cá sua missão,
Se expandiu entre as nações.

No Brasil a origem foi econômica,
Pra aquecer o setor comércial
Mas também pra alegrar os solteiros.
Na véspera do Santo casamenteiro,

Essa data é bem lembrada.
12 de junho foi instituída
No Brasil, em todo lugar,
Feliz, vão comemorar.

Pra todo casal é promissor,
Doar presentes, fazer declarações.
Em nome de um grande amor,
Que entrelaça os corações.

A troca de presente é tradicional
De crendice popular à comercial.
Sensacional! É festa atrativa.
Que produz grandes expectativas

O amor está no ar,
O sonho faz acontecer.
Respeito e valorização,
Eternizam toda união.

Bispo Valentim e Frei Fernando Bulhões,
Amigos dos jovens apaixonados.
Com presentes, bombons e declarações
Viva! Viva o dia dos namorados!.

Autora: Maria Aurea dos Santos
Em : 11/06/19 às 18hs

TUDO CONVÉM
Ladear com um coração humano.
É ter Porto Seguro ao navegar no oceano.
É te estenderem a mão
Quando faltar o chão.
Na maior montanha do mundo,
Ter respirar profundo.

É acordar, com abraços, beijos,
E com o cheirinho do café,
Te colocarem de pés.
Com os lábios calientes,
Receberes energias mil,
Para teus dias de frios.

Força ativa que empodera.
Traz a estima no alvorecer.
Faz ser gigante nas turbulências
Fortalece todo o ser.

Haja férteis sementes,
Com germinar resplandecente.
Que o interior fotografe,
Os raios do sol.
E a isca perfeita para o anzol.
Minhas rimas gotejem no caminhar
Esperanças de encontrar.

Dia dos namorados
Dia consagrado.
Não tem pra onde fugir.
As lembranças são fatos
Quero voar mais alto.
Do poder de águia me revestir.
Me dá o luxo de ser feliz,
Um dia com, outro sem,
Tudo convém.

Autora: Maria Aurea dos Santos
Em : 10/06/19 às 15hs